O clima entre os candidatos eliminados do concurso do Itamaraty, acusados de mentirem que são negros para se beneficiarem do sistema de cotas, é de desolação. O descontentamento é maior entre sete dos 47 retirados da seleção público. Não sem razão. Eles passaram por uma triagem feita pelo próprio Itamaraty, que lhes ofereceu bolsas para que pudessem estudar para o certame.
Cada um desse sete candidatos recebeu R$ 25 mil do Itamaraty para bancar os estudos. Agora, poderão ser obrigados a devolver o dinheiro. Mas o pior é ficar de fora do concurso depois de terem sido classificados como negros pelo Ministério das Relações Exteriores em um rigoroso processo de avaliação.
“É um absurdo o que está acontecendo”, diz o pai de um dos eliminados do concurso. “Como pode o próprio Itamaraty dizer de uma pessoa é negra e está apta a concorrer a uma vaga pelo sistema de cotas e, depois, o mesmo Itamaraty dizer que a pessoa não se enquadra nas regras?”, questiona.
A tendência entre os eliminados do concurso é de recorrer à Justiça. Será uma batalha e tanto.
Brasília, 17h01min