Crédito: Anderson Araújo/CB/D.A Press

Dólar vai a R$ 4,79, BC intervém, mas não segura moeda. Bolsa desaba 8%

Publicado em Economia

A segunda-feira (09/03) começou movida pelo pânico. Em todo o mundo, o rastro de prejuízos é enorme. No Brasil, o dólar já abriu os negócios a R$, 4,75, bateu em R$ 4,79, cedeu ligeiramente para R$ 4,74, depois da intervenção do Banco Central, mas mantém alta superior a 2%. A Bolsa de São Paulo começou com baixa de mais de 8%.

 

O nervosismo se acentuou depois da guerra declarada entre a Rússia e a Arábia Saudita em torno dos preços do petróleo. O barril do óleo desabou mais de 20%, o pior desempenho em um dia desde 1991, ano da Guerra do Golfo. Bancos já veem a cotação do petróleo a US$ 20. Neste momento, é negociado por volta de US$ 30.

 

O novo coronavírus é apontado como o principal fator por trás do pânico. O vírus, que atingiu mais de 100 países, está provocando forte impacto na economia, com comércio e indústria parando. A perspectiva é de que o mundo entre em recessão. E o Brasil não ficará de fora desse movimento.

 

Para tentar acalmar os ânimos, ou pelo menor para minimizar os estragos, o Banco Central triplicou a intervenção programada para o câmbio. De início, venderia US$ 1 bilhão no mercado à vista, mas passou a ofertar US$ 3 bilhões. Em meio à aversão ao risco, os investidores estão buscando proteção na moeda norte-americana.

 

Os prejuízos começaram pela Ásia, onde as bolsas de valores cederam mais de 4%. Na Europa, os principais mercados cedem entre 7% e 8%. Nos mercados futuros, a Bolsa de Nova York acionou o limite de baixa. Acredita-se que a Bolsa Brasileira pode ser obrigada a interromper os negócios, acionando o circuit breaker, quando chega a queda de 10%.

 

Em Brasília, o clima é de apreensão. Já se fala entre técnicos da equipe econômica sobre a possibilidade de o Brasil mergulhar na recessão. O quadro se agrava diante do clima de beligerância entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso. Teme-se que essa crise política dificulte a aprovação de reformas.

 

Brasília, 10h05min