Na visão dos investidores, será muito difícil para Alckmin conseguir deslanchar. Nas últimas pesquisas, ele registra, na média, 7% das intenções de votos. Para os donos do dinheiro, tudo indica que o segundo turno das eleições presidenciais será entre Jair Bolsonaro (PSL), que lidera todos os levantamentos sem Lula, e Fernando Haddad (PT), que deve herdar boa parte dos votos hoje direcionados ao ex-presidente, que está preso em Curitiba, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
A expectativa dos investidores era de que, com o apoio do Centrão, Alckmin se fortaleceria e subiria nas pesquisas logo depois do registro das chapas. Mas o tucano continua estagnado, perdendo, inclusive, em São Paulo para Bolsonaro. Alckmin comandou o estado por quatro vezes. A resistência em relação ao tucano no maior colégio eleitoral do país é vista pelos investidores como “extremamente preocupante”.
Não será surpresa, no entender dos investidores, se os partidos que apoiam Alckmin começarem a abandoná-lo. “Não se pode esquecer que o Centrão não é fiel a ninguém, mas apenas a seus interesses”, afirma um executivo do mercado financeiro. Segundo ele, o tucano já perdeu muito do apoio que tinha no mercado financeiro.
Um grupo mais otimista acredita que Alckmin, com suas propostas de reformas como a da Previdência Social, crescerá nas pesquisas após o início da campanha em rádio e tevê, a partir de 31 de agosto. O tucano terá quase a metade do tempo previsto pela lei, o que pode torná-lo mais conhecido e palatável aos eleitores. Será preciso muita paciência para que esse momento chegue, se chegar.
Brasília, 11h08min