A moeda norte-americana chegou a ser cotada a R$ 4,989 para venda. Poucos minutos depois, porém, subiu para R$ 5,001, com baixa de 0,83%.
Especialistas acreditam que, confirmada a possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentar a Selic em um ponto percentual, e não em 0,75 ponto, o país pode atrair mais recursos estrangeiros e, com isso, manter o dólar abaixo de R$ 5.
Os investidores estrangeiros já vêm aportando recursos na Bolsa de Valores. Mas, com os juros subindo mais rapidamente, a tendência é de o capital externo migrar para títulos públicos, do quais está bem distante.
A aposta de elevação de um ponto percentual da Selic nesta quarta é sustentada na percepção de que a inflação deste ano e do próximo ficará bem acima do previsto pelo Banco Central. Portanto, seria importante que a autoridade monetária agisse com maior rigor.
O Copom já havia se comprometido com aumento de 0,75 ponto na Selic. Contudo, o quadro inflacionário se agravou muito nos últimos 45 dias, sobretudo por causa da disparada das tarifas de energia, que continuarão subindo.
Caso opte por subir a Selic em 075 ponto, conforme antecipado, o Copom deve retirar de seu comunicado a expressão “ajuste parcial” dos juros. A aposta dos analistas é de que a taxa básica passe de 6,5% ao longo do ano, para que possa controlar a inflação.
Crescimento e reformas
Na avaliação do economista Arnaldo Lima, diretor de Estratégias Públicas da MAG, além dos juros mais altos, estão contribuindo para a queda do dólar a expectativa de melhora da atividade econômica mundial em 2021 e a elevação dos preços das commodities.
“Esse quadro proporciona maior apetite a risco por parte dos investidores estrangeiros em injetar capital nos países em desenvolvimento, inclusive no Brasil. Ressalta-se que o real não é a única moeda de países emergentes que está se apreciando frente ao dólar”, destaca Lima.
Para que a tendência da trajetória de fortalecimento do real frente ao dólar seja duradoura, o diretor da MAG ressalta a importância da aprovação das reformas administrativa e tributária e, sobretudo, o controle da inflação.
Brasília, 12h43min