Segundo os especialistas, como os Estados Unidos estão em processo de elevação dos juros, ficará mais vantajoso deixar o dinheiro aplicado no mercado norte-americano. A perspectiva é de que a diferença de juros entre os EUA e o Brasil fique mínima. Mas como a maior economia do mundo é considerada mais segura para o capital, está atraindo recursos que hoje circulam pelos países emergentes, como Brasil, Argentina e Turquia.
Com o desempenho de hoje, o real passou a ter o pior desempenho no ano entre as moedas globais. Do piso da cotação do dólar, em janeiro, de R$ 3,13, a divida dos EUA já subiu 15%. Nem o peso argentino nem a lira turca perderam tanto valor em relação à moeda norte-americana. A Argentina enfrenta uma séria crise cambial, a ponto de o presidente do país, Maurício Macri, pedir socorro ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A Turquia restringiu o número de operações com dólar pelos bancos.
Por aqui, o Banco Central diz que está tudo bem, que não há motivos para preocupação, pois a instituição tem todos os instrumentos para conter movimentos atípicos no câmbio. Um desses instrumentos é o contrato de swap, que voltou a ser vendido pelo banco. Por meio dele, o BC aposta na queda da moeda norte-americana e na alta dos juros. Os analistas, porém, já veem impacto importante do dólar na inflação. Tanto que começam a cogitar a alta dos juros a partir do fim deste ano ou no início de 2019.