As apostas nas redes sociais não param: quem chegará primeiro aos R$ 5, a gasolina ou o dólar? Se depender do mercado financeiro, será a moeda norte-americana, que está sendo negociada acima de R$ 4,50. A gasolina, para surpresa dos motoristas, ficou R$ 0,10 mais barata em vários postos do Distrito Federal.
Tanto em Águas Claras quanto em Taguatinga, o litro da gasolina está sendo vendido entre R$ 4,260 e R$ 4,299. Até dois dias atrás, esses postos cobravam entre R$ 4,379 e R$ 4,399. Segundo gerentes desses estabelecimentos, tais preços devem ser mantidos ao longo do fim de semana.
Segundo Samuel Silva, 44 anos, motorista de trasporte por aplicativos, muita gente reclama que a gasolina ficou somente R$ 0,10 mais barata. “Mas, para quem roda muito, todo centavo de redução nos preços da gasolina faz diferença. Gasto entre R$ 1.500 e R$ 2 mil por mês com combustível”, afirma.
Petrobras
A queda nos preços da gasolina neste momento de tanto nervosismo no país e no mundo por causa do coronavírus está associada à queda do consumo. Os estoques nos postos estão elevados. Para desovar os produtos, o jeito é reduzir as margens de lucro.
Neste ano, a Petrobras anunciou apenas um reajuste nos preços da gasolina nas refinarias: de 3%. Mas boa parte dos postos ainda não repassou essa alta para as bombas, porque está com estoques antigos. “O consumo caiu muito durante o carnaval. Se aumentássemos os preços agora, a demanda seria ainda menor”, explica o gerente de um posto.
Mas é importante ficar atento, pois a disparada dos preços do dólar, em algum momento, baterá nos preços dos combustíveis. O dólar é um dos indicadores que a Petrobras usa para definir os valores praticados na refinaria.
O dólar mais alto ainda não chegou às bombas, porque a cotação do petróleo, outro indicador levado em consideração pela Petrobras, está caindo no mercado internacional, afetada pelo coronavírus, que vem derrubando as previsões de crescimento mundo afora.
Brasília,13h47min