HAMILTON FERRARI
A cotação do dólar atinge R$ 4 na manhã desta segunda-feira (12/8), puxado pela guerra comercial entre Estados Unidos e China e a perspectiva de que o presidente argentino, Mauricio Macri, não conseguirá se reeleger nas eleições de outubro. No domingo (11/8), o candidato de oposição, Alberto Fernández, venceu as eleições primárias para a presidência do país. Fernández, que tem Cristina Kirchner como vice, teve 47% dos votos, e Macri 32%.
A moeda norte-americana sobe perto de 1,5% nesta manhã. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), recua mais de 2%, cotado próximo de 101.878 pontos.
A divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), também contribuiu para o movimento valorização da moeda. O indicador mostrou que a economia brasileira tombou 0,13% no segundo trimestre, na comparação com o primeiro.
Se esse dado se confirmar, a economia brasileira terá entrado em recessão técnica, que é quando há dois resultados trimestrais negativos em sequência. De janeiro a março, o PIB brasileiro encolheu 0,2%, na comparação com o quarto trimestre de 2018.
A recessão técnica no país abre espaço para mais queda nos juros, explica o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito. “A queda das taxas leva o país oferecer juros muito abaixo da volatilidade da moeda; se a Selic cair para 5% ao ano, temos que lembrar que a volatilidade do real é de pelo menos 10%. Isto cria resistências a comprar a moeda”, destaca.
De acordo com o relatório Focus, do Banco Central (BC), que traz as projeções dos analistas para a economia, o mercado prevê que o crescimento do país ficará em 0,81% no ano, com taxa Selic em 5% anuais ao término de 2019.
No cenário externo, também atormenta os investidores as incertezas acerca da guerra comercial entre EUA e China. O Banco do Povo do país asiático (PBoc) definiu a referência oficial para o yuan em US$ 7,0211, cotação mais fraca de que quando terminou a última semana, mas acima da prevista pelo mercado.
Brasília, 11h52min