O mercado financeiro está operando hoje em clima de total estresse. Desde o início da manhã, o dólar já subiu quase 3%, cotado a R$ 3,30 para venda. É a maior alta desde junho. Há um movimento global de ajustes nas posições de investidores, que veem muitas incertezas em relação à política econômica do futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O temor é de que ações tomadas pelo sucessor de Barack Obama leve a mais inflação e force o Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, a elevar mais rapidamente as taxas de juros.
A onda de desvalorização das moedas de países emergentes é geral. Além do real, estão sofrendo fortemente o peso mexicano e a lira turca. Na avaliação dos investidores, será vital que o presidente eleito dos EUA enterre logo o discurso reacionário da campanha, assuma posição de chefe de Estado e anuncie as diretrizes de seu governo, sobretudo com a divulgação de nomes que podem compor suas equipes.
Na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), o índice Bovespa, que reflete o sobe e desce dos papéis mais negociados, está operando com baixa de 0,35%, nos 62.768 pontos. Os tempos, como ressalta a economista Vitória Saddi, sócia da SM Management, são de profundas incertezas. E não haverá trégua dos investidores até que Trump defina como conduzirá a maior economia do planeta. “Veremos muitas turbulências nos próximos meses”, afirma.
Brasília, 11h20min