O dólar encerrou a quinta-feira (17/05) cotado a R$ 3,701 para venda, com alta de 0,61% no dia. É a maior cotação desde 16 de março de 2016. No acumulado do ano, a moeda norte-americana já acumula valorização de quase 15%, provocando muito incômodo ao governo.
A interlocutores, o presidente Michel Temer disse que está acompanhando de perto a volatilidade no câmbio e tem conversado diariamente com o presidente do BC, llan Goldfajn. Temer garante que a autoridade monetária tem instrumentos de sobra para conter os excessos do mercado, a começar por reservas internacionais superiores a US$ 380 bilhões. Segundo Temer, o BC está pronto para agir.
Temer reconhece, porém, que a alta do dólar é um fenômeno internacional. Praticamente todas as moedas de países emergentes estão se desvalorizando em relação à divisa dos Estados Unidos. Nesta quinta-feira, o peso mexicano caiu 0,75%, o peso colombiano recuou 1,45%, o rand sul-africano cedeu 1,28%, a lira turca perdeu 0,94% de seu valor e o rublo russo baixou 0,79%.
Segundo operadores, o dólar abriu o dia em queda, reagindo à decisão do Copom, mas acabou revertendo o movimento e disparou, a ponto de alcançar R$ 3,713 na máxima das negociações. Há, no entender do mercado, uma indisposição em relação ao BC, que estaria “vacilando” na comunicação com os agentes econômicos.
Os analistas não descartam a possibilidade de o dólar caminhar para R$ 4 nas próximas semanas, diante do nervosismo no mercado internacional e das incertezas que marcam as eleições presidenciais no país. Na avaliação deles, nenhum dos candidatos que podem sair vitoriosos das urnas tem mostrado compromissos com as reformas, em especial, a da Previdência.
Brasília, 18h01min