Dólar a R$ 6,50, juros a 11,5% ao ano e inflação acima de 10%

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Quem está assustado com os rumos tomados pela economia, pode se preparar. Diante da confusão criada pelo presidente Jair Bolsonaro, que só pensa na reeleição, e da debandada da equipe de Paulo Guedes, ministro que se tornou o verdadeiro fura-teto, o pior ainda está por vir.

Os mais pessimistas já admitem que o dólar pode saltar para R$ 6,50 se o governo assumir de vez o populismo na gestão das contas públicas. A taxa básica de juros (Selic), que está em 6,25%, chegará a 11,5% ao ano para tentar conter inflação acima de 10%. Como consequência, não se descarta uma nova recessão econômica.

Os analistas acreditam que 2022 será muito pior do que foi 2002, quando os investidores questionavam o que seria um governo Lula do ponto de vista econômico. O petista soltou a famosa Carta ao povo brasileiro e, tão logo tomou posse, deu o maior choque fiscal que se tem registro na história: superavit primário superior a 4% do Produto Interno Bruto (PIB).

Enganação geral

Muitos operadores tentaram se enganar, nos últimos três anos, com a visão de que Bolsonaro era um bom governante e que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tinha toda a competência para implantar uma agenda liberal no país, com privatizações, ajuste fiscal e Estado mínimo.

Agora, diante de tudo o que se está vendo, não há mais dúvidas sobre o desastre do atual governo. Para onde quer que se olhe, é terra arrasada. E Bolsonaro não está disposto a recuar. Embalado pelo apoio do Centrão, acredita que só o populismo na política econômica poderá lhe reeleger. Portanto, vale qualquer coisa, inclusive, arruinar de vez o país.

Segundo os analistas que projetam esse quadro dramático, Bolsonaro, com todo o suporte de Guedes, levará o país para o precipício. Por isso, é compreensível que a equipe de Guedes tenha se desfeito — do grupo original, só resta Carlos da Costa. Pouco a pouco, descobriu-se que o ministro da Economia é vazio, não tem nenhum projeto para o país.

Para quem não tem sangue frio, é melhor comprar caixas e caixas de calmantes. A tensão trazida pelas eleições presidenciais só está no começo. O Brasil, definitivamente, não é para amadores.

Brasília, 19h35min

Vicente Nunes