Dados coletados no DataSus, do Ministério da Saúde, mostram que dois em cada 10 brasilienses que tomaram a primeira dose da CoronaVac contra a covid-19 não retornaram para a segunda dentro do prazo fixado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Questionada pelo Correio, a secretaria não soube responder o que levou a esse abandono. Segundo os especialistas, esse quadro é extremamente alarmante, pois a segunda dose é fundamental para consolidar a proteção contra o novo coronavírus. O grupo dos que não tomaram a segunda dose é formado só por idosos, as maiores vítimas da covid-19.
Pelo cronograma definido pelo Instituto Butantan, fabricante da CoronaVac em parceira com a empresa chinesa Sinovac, a segunda dose deve ser tomada entre 14 e 28 dias depois da primeira. Vencido esse prazo, os efeitos protetivos podem ficar comprometidos.
A vacinação contra a covid-19 começou em janeiro, mas o programa de imunização vem sendo executado de forma muito lenta. Há sérias dificuldades por parte do Butantan e, sobretudo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que envasa a vacina da AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, de cumprirem os cronogramas de entregas.
O Butantan e a Fiocruz são dependentes do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) que vem da China. Sem essa matéria-prima, não há como fabricar vacinas no país. O Butantan espera receber um novo lote de IFA na próxima semana. Mas não há garantias. Por enquanto, a fábrica do instituto está parada.
Brasília, 17h01min