Diretor do Serpros diz não ter responsabilidade sobre prejuízos do Postalis

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O Serpros enviou a seguinte nota ao Blog para rebater notícia publicada em 3 de fevereiro. O fundo de pensão dos empregados do Serpro, empresa controlada pelo Ministério da Fazenda, garante que seu atual diretor de investimentos, Sérgio Vieira, não tem nada a ver com os prejuízos de R$ 6 bilhões acumulados pelo Postalis, fundação dos funcionários dos Correios. Ele foi foi analista de investimentos da entidade, alvo da Polícia Federal e do Ministério Público, no período mais crítico. Segue a nota:

1) Diferentemente do que foi publicado, Sérgio Vieira não exerceu durante o período em que esteve no Postalis, entre junho de 2013 e abril de 2016, qualquer função gerencial. Não fazia parte das atividades do executivo aprovar investimentos, assim como decidir sobre a alocação dos recursos garantidores da reserva matemática dos planos administrados. Como analista de investimentos sênior, executava as ordens de compra ou venda de títulos públicos, conforme proposto pelo Comitê de Investimentos e aprovado pela Diretoria Executiva.

2) Também diferentemente do que foi publicado, Sérgio Vieira não atuou no período em que o Sr. Alexej Predtechensky esteve na presidência do Postalis.

3) O processo de análise e indicação de profissional para a função de Diretor de Investimentos foi realizado pela empresa Michael Page, uma das maiores consultorias do mundo. Sérgio Vieira foi o profissional mais qualificado entre os disponíveis para contratação. Depois de chancelado pelo Conselho de Administração da patrocinadora e pela Previc, órgão fiscalizador, teve seu currículo analisado, foi entrevistado pelo Conselho Deliberativo (CDE) e, só então, tendo em vista ter sido comprovada a sua experiência e não ter sido encontrado nenhum dos impedimentos relacionados no Estatuto da Entidade, foi nomeado.

4) Além disso, Sérgio Vieira foi certificado como Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado (AETQ), rigoroso processo realizado pela Previc, que comprova o atendimento e verificação de conformidade com os requisitos técnicos necessários para o exercício da função que lhe seria designada.

5) Atualmente, no Serpros, em decorrência de novos procedimentos de governança corporativa implementados pela atual administração, o executivo não tem poder decisório para de forma isolada determinar investimentos. Cabe à Diretoria Executiva (DE), de forma colegiada, a responsabilidade por tais decisões, dentro daquilo que foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Aplicações, composto por gerentes qualificados das áreas de Investimento, Governança de Investimento, Atuarial e Jurídico, tendo, ainda, como convidado, o gerente de Controle Interno, em conformidade com a política de investimentos vigente. Vale ressaltar que o diretor de investimentos não tem direito a voto no Comitê, exercendo essa prerrogativa na Diretoria Executiva.

A entidade passou por duas intervenções que redundaram em recomendações que vêm sendo integralmente acatadas pela atual administração e continuamente acompanhadas pelo CDE e Conselho Fiscal (COF), em reuniões mensais, e pelo Patrocinador (Serpro). Cabe salientar, também, que a Previc incluiu o Serpros em fiscalização permanente para o exercício 2018, dedicando grupo de profissionais para, em conjunto com a DE, garantir uma gestão sempre aderente às melhores práticas de mercado e rigorosamente cumpridora dos requisitos legais.

Todas as ações que vêm sendo desenvolvidas pela atual gestão, que tomou posse em agosto de 2017, têm sido divulgadas nos canais de comunicação, dentro da política de transparência, inclusive por meio da recente criação de Canal Direto entre a DE e os participantes.

Brasília,

Vicente Nunes