O diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes, está tendo uma série de encontros com analistas de mercado para saber como eles estão vendo a economia e, sobretudo, o que todos esperam em relação ao governo de Michel Temer.
Altamir se mostrou, particularmente, interessado em saber como está a expectativa em relação à promessa de Temer de fazer um ajuste fiscal consistente, processo que será tocado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. O objetivo do diretor do BC é saber como os especialistas estão considerando a hipótese de haver frustração com a arrumação das contas públicas.
Apesar de uma parcela relevante dos especialistas reunidos com o diretor do BC ter defendido que ajuste fiscal traz impacto positivo para a volta da confiança, muitos disseram que não está tão claro que será alcançado, porque exigirá medidas duras, impopulares, como a reforma da Previdência Social. Poucos acreditam que Temer e Meirelles terão sucesso nessa empreitada.
Inflação e crescimento
Segundo relato de participantes dos encontros, Altamir reconheceu a melhora da inflação, especialmente a de serviços, seriamente afetada pela recessão. As taxas estariam convergindo para o cenário traçado pelo BC, mas ainda estão acima do desejável.
Sobre o nível da atividade, houve muita divergência entre os analistas. Alguns levantaram a possibilidade de o Produto Interno Bruto (PIB) ser bem melhor em 2017, com crescimento próximo de 2%. Houve quem falasse em incremento de até 3%.
Prevaleceu, porém, a visão de que os investimentos, vitais para a recuperação da atividade, enfrentam um quadro muito desafiador, com crédito caro e escasso, balanço das empresas no vermelho e marco regulatório deficiente para projetos de infraestrutura.
Brasília, 17h18min