Dentro do governo, admite-se que a economia que se tentou fazer foi uma “mesquinharia” contra os mais pobres. Não por acaso, a popularidade do governo é baixa nas regiões onde se concentram os trabalhadores que ganham menos, como no Nordeste.
Técnicos da equipe econômica ressaltam, porém, que qualquer economia é bem-vinda dentro do governo, pois as contas públicas ainda estão em situação difícil. Os R$ 6 a mais no mínimo representarão gasto adicional de R$ 2,3 bilhões ao ano para a Previdência Social.
Críticas
A ala política do Planalto, que acompanha as pesquisas de popularidade do governo, acredita que não havia necessidade de a equipe de Paulo Guedes ter sido tão dura. “É incrível, bastou o presidente apertar o ministro da Economia para logo aparecer os recursos que garantirão um salário mínimo maior”, diz um assessor próximo de Bolsonaro.
No que depender da ala política do Planalto, o desgaste na imagem do governo por causa do aumento do salário mínimo abaixo da inflação vai custar caro à equipe do ministro da Economia. “Se os técnicos não conseguem ter a visão política, para isso temos uma ministro na pasta”, ressalta o assessor. “Não dá para ficar queimando o governo.”
Brasília, 18h38min