Diante de ameaça de renúncia de executivo, Geap nomeia diretores

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ROSANA HESSEL

A ameaça de renúncia do novo diretor executivo da Geap Saúde, Roberto Sérgio Fontenele Candido, caso o Conselho de Administração não aprovasse os nomes da diretoria indicados por ele, funcionou. Nesta segunda-feira (23/04), o colegiado bateu o martelo. Os trâmites para as nomeações serão definidos nos próximos dias.

Foram indicados Marcos Vinícius de Souza Júnior para a diretoria de Administração, Adriano Roque Souza Suzarte para a diretoria de Finanças e Gilton Paiva Lima para a diretoria de Controle de Qualidade. Já Luciana Rodrigues Teixeira de Carvalho será mantida no quadro de executivos, mas trocará a diretoria de Controle de Qualidade pela área de Saúde.

“A posse dos indicados para a diretoria foi aprovada nesta segunda-feira, conforme validado pelo Conselho de Administração da operadora. Esta é uma excelente notícia para a Geap, beneficiários, prestadores e demais envolvidos neste processo sério de recuperação”, informou a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa.

A situação da Geap Saúde, que têm servidores públicos como principais clientes, é dramática. Em áudio de uma reunião de Fontenele com funcionários da empresa, ao qual o Blog teve acesso, o executivo diz que, se até o fim de junho, a Geap não receber injeção de R$ 130 milhões em seu caixa, pode quebrar.

Fontenele, que está no cargo desde 29 de março, lembrou, no áudio, que a Geap já está sob regime especial de direção fiscal pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Se não conseguir os R$ 130 milhões, tenderá a ser liquidada pelo órgão regulador e fiscalizar.

O rombo total da Geap chega a R$ 330 milhões. A empresa já chegou a ter mais de 900 mil clientes. Hoje, tem cerca de 450 mil. Está perdendo, segundo Fontenele, 5 mil conveniados por mês. O executivo disse, em nota enviada ao Blog, que funcionários da Geap são “cooptados e manipulados” por agentes privados, no caso, hospitais e médicos. Ele ressaltou que hospitais e médicos roubam os planos de saúde.

Brasília, 18h45min

Vicente Nunes