Gente graúda do Palácio do Planalto diz que o presidente interino, Michel Temer, ficou frustrado por não ter fechado hoje um pacote de bondades para afagar a classe média, que ele quer conquistar a todo custo visando as eleições de 2018. Temer é candidatíssimo à sua própria sucessão, embora diga o contrário.
A pressa de Temer foi contida pela equipe econômica, que não vê com bons olhos medidas de estímulos à economia justamente num momento em que se está tentando arrumar as loucuras cometidas por Dilma Rousseff. Dia sim, dia não, ela anunciava alguma coisa sem pé nem cabeça que custava caro ao Tesouro Nacional, mas não tinha nenhum impacto na atividade.
Nos próximos 20 dias, a equipe econômica apresentará sugestões ao presidente. Não será, porém, nada ambicioso. A principal meta, agora, é reconstruir a confiança. E isso passa por moderação e ações concretas que realmente ajudem a tirar o país do atoleiro.
“O desejo político do presidente Temer está distante da realidade do governo. Se ele tiver paciência, colherá muito mais louros à frente do que se atropelar os fatos agora”, diz um auxiliar do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “A percepção é de que, pelo menos por ora, ele entendeu a lição”, complementa.
Brasília, 15h11min