Dados do Banco Central apontam que, em janeiro deste ano, entraram US$ 5,6 bilhões no país na rubrica investimento estrangeiro direto (IED), ou seja, para o setor produtivo. Esses recursos foram insuficientes para cobrir as saídas de recursos no Brasil. O rombo final nas contas externas no mês ficou em US$ 11,9 bilhões, 32% maior que o buraco registrado em janeiro de 2019.
Mantido o atual quadro do Brasil, de economia perdendo força e instabilidade política com descaso ante o meio ambiente, os especialistas afirmam que a tendência é de o deficit nas contas externas continuar crescendo. O Banco Central prevê rombo de US$ 57,7 bilhões para o ano todo, o equivalente a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
Coronavírus
As contas externas ainda não são problema para o país, mas se a economia mundial desacelerar muito por causa do coronavírus, as exportações brasileiras tenderão a cair, ampliando a necessidade de dólares para fechar as contas. Portanto, o buraco projetado pelo Banco Central é um piso. Pode ser muito maior. Essa é uma das razões para o dólar estar sendo negociado acima de R$ 4,40, novo recorde.
As saídas de recursos da Bolsa de Valores também estão a todo na Bolsa de Valores. Pelos cálculos do BC, apenas em janeiro deste ano, quase US$ 2 bilhões foram sacados. Isso ajuda a explicar o baque que o Ibovespa vem sofrendo depois de ter atingido o recorde de 119 mil pontos.
Nesta sexta-feira (21/01), o principal índice de lucratividade do pregão paulista desaba 1,5%, caminhando para os 112 mil pontos. Os investidores internos, que vinham sustentando o mercado acionário, infelizmente, parecem ter sido contaminado pelo pessimismo por aqui e no exterior. A ficha do mercado parece estar caindo.
Brasília, 11h38min