Na visão dos fardados, com Arthur Lira no comando da Câmara e Rodrigo Pacheco à frente do Senado, está afastada qualquer possibilidade de abertura de um processo de impeachment contra o presidente. Esta, por sinal, era a maior missão de Bolsonaro ao mergulhar de cabeça no processo sucessório do Congresso.
“Não há dúvidas de que, com o novo Congresso, o presidente se livrou de enfrentar um processo de impeachment. Agora, ele precisa ter calma, deixar de ir tanto para o confronto e estimular a agenda econômica na Câmara e no Senado, para que empresários e investidores retomem a confiança no país”, diz um militar.
Ele reconhece que é difícil segurar Bolsonaro, mas acredita que, diante das ambições políticas, o presidente baixará um pouco a bola. “Bolsonaro sabe que a garantia da reeleição passa pela economia. Se o Brasil voltar a crescer, o desemprego cair e a inflação ficar sob controle, a sensação de bem-estar vai se sobrepor ao estrago feito pela pandemia do novo coronavírus”, afirma o mesmo militar.
No entender dos fardados, tanto Arthur Lira quanto Rodrigo Pacheco já alardearam que estão dispostos a ajudar o governo a fazer andar a pauta econômica. “Portanto, uma boa negociação com o Congresso garantirá o que Bolsonaro mais quer em 2022: votos”, acrescenta outro militar.
Para ele, quando a vacinação contra a covid-19 estiver concluída — o que deve ocorrer até o fim do ano —, os temas econômicos tenderão a dominar os debates. A perspectiva do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é de que, no segundo semestre do ano, o nível de atividade estará melhor e será perceptível para os eleitores.
Brasília, 19h11min