A perspectiva é de que seja lançado, oficialmente, na próxima semana, com a participação de toda a cúpula do governo, inclusive do presidente da República, Jair Bolsonaro. Só falta bater o martelo sobre o valor a ser destinado aos empreendimentos selecionados.
Depois de todo o estresse com o anúncio do Pró-Brasil, em abril, pelos ministros da Casa Civil, Braga Netto, e da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e da quase saída de Guedes do governo, que comparou o programa ao PAC de Dilma Rousseff, todos resolveram baixar as armas e chegou-se a um consenso para que Bolsonaro possa ter um projeto de obras para chamar de seu.
Braga Netto e Guedes se acertaram na última segunda-feira e Marinho bateu o martelo com o colega da Economia no noite de quarta-feira (19/08). Agora, é arrematar o mais importante — verbas disponíveis — e pegar o aval definitivo do presidente.
Guedes cedeu aos apelos do Planalto
Pelo projeto original, o Pró-Brasil teria investimentos públicos de R$ 30 bilhões e contratos de concessões à iniciativa privada de R$ 250 bilhões. Em meio às brigas — Guedes disse que os cofres públicos estavam em frangalhos e que, se o governo insistisse com o programa, estouraria o teto de gastos —, Bolsonaro cogitou deixar o Pró-Brasil para 2021.
Mas, inebriado pelo aumento da popularidade, passou a estimular a briga por mais gastos. O ministro da Economia bateu o pé, porém, acabou cedendo, já que se dispôs a ficar no cargo.
Certamente, o Pró-Brasil, que será lançado nos próximos dias, tende a ser menos ambicioso do que Braga Netto, Tarcísio e Marinho queriam. Contudo, o governo dará um claro sinal de que, sempre que puder, não economizará nos gastos.
Sabe-se que já foi negociado com o Congresso o uso de cerca de R$ 5 bilhões do Orçamento para as obras. Num quadro que, até alguns dias atrás, muitos choravam miséria, garantiu-se uma bolada e tanto.
Brasília, 07h25min