O presidente da República já tentou tirar Pujol do comando do Exército no ano passado, diante da resistência do general em levar a política para dentro dos quartéis. Azevedo e Silva não concordou com a troca no Exército. Bolsonaro acredita que, com Braga Netto à frente do Ministério da Defesa, será mais fácil se livrar de Pujol.
O presidente quer usar as Forças Armadas como instrumento do governo. E há uma enorme resistência do pessoal da ativa em ceder às pressões de Bolsonaro. Azevedo e Silva sempre ressaltou que, dos muros dos quartéis para fora, o assunto era com ele e com Bolsonaro. Dos quartéis para dentro, é com os comandantes das Forças.
A gota d’água para a demissão de Azevedo e o desejo de demitir Pujol foi a entrevista dada ao Correio pelo general Paulo Sérgio, chefe da área de Saúde do Exército, na qual ele disse que a Força está preparada para uma terceira onda da covid. O general Paulo Sérgio ressaltou todas as medidas de segurança adotadas nos quartéis, que vão contra as determinações de Bolsonaro.
Quem conversou com Azevedo e Silva diz que ele está tranquilo, pois foi leal com o presidente da República e com os comandantes das Forças Armadas, com os quais conversa pelo menos três vezes por semana. O agora ex-ministro da Defesa afirma a interlocutores que já pressentia sua demissão, diante do aumento da obsessão de Bolsonaro por ter maior intervenção nas Forças.
Não será fácil para Bolsonaro tirar Pujol do comando do Exército. Os generais da ativa já estão se movimentando para criar um cordão de isolamento em torno dele. Se o próximo ministro da Defesa insistir nessa empreitadas, comprará uma briga grande.