Apesar do forte desemprego que atormenta o país, os trabalhadores continuam irrigando os cofres da Receita Federal de forma expressiva. Entre janeiro e junho deste ano, o Imposto de Renda Retido na Fonte, isto é, o tributo da renda do trabalho, arrecadou R$ 50,6 bilhões, ajudando a amenizar os problemas de caixa do governo.
O volume é 5,3% menor do que o computado nos primeiros seis meses de 2015 (R$ 53,2 bilhões). A queda, porém, é inferior ao tombo de 6,8% registrado no bolo total dos tributos. Segundo os especialistas, isso decorre de decisão do governo de não corrigir a tabela do IR pela inflação. Com a defasagem, os trabalhadores pagam mais impostos para o governo nos contracheques.
Pelo que dizem técnicos da equipe econômica, diante da penúria dos cofres do governo, dificilmente o presidente interino, Michel Temer, mudará a política que prevaleceu nos últimos anos para a correção da tabela do IR. Isso quer dizer que a atualização dos dados continuará sendo feita abaixo da inflação e os trabalhadores, repassando mais dinheiro para a Receita sem a contrapartida da melhora dos serviços públicos.
Brasília, 15h10min