LEONARDO CAVALCANTI E DENISE ROTHENBURG
Em entrevista ao programa CB.Poder, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, diz que sua filha, Cristiane Brasil, indicada para o comando do Ministério do Trabalho, se transformou “em uma exploradora de pobres motoristas”, ao ser impedida pela Justiça de tomar posse.
“De repente, Cristiane virou uma memeia, uma megera”, afirma. Na avaliação dele, as denúncias de que a filha deu calote em dois ex-motoristas são infundadas. “Ela fez um acordo, para pagar o que era devido em 10 parcelas. Não há nada de errado nisso”, ressalta.
Jefferson acusa o PT de estar insuflando todo o movimento contra a deputada indicada pelo presidente Michel Temer para o Ministério do Trabalho. “O alvo é a Cristiane, sou eu”, diz. Isso, segundo ele, é uma retaliação por ter denunciado o mensalão.
O político critica a Justiça trabalhista. “É uma excrecência”, ressalta. “Não há nada semelhante no mundo”, complementa. Segundo ele, todas as empresas têm queixar na Justiça trabalhista. Mesmo pessoas físicas já foram processados por empregados domésticos.
Jefferson diz que vai recorrer a todas as instâncias para garantir a posse da filha no ministério, mas a decisão final será do presidente Michel Temer, de quem teria partido o convite a Cristiane. “Estava na sala do presidente e ele me pediu para ligar para Cristiane, que estava em Fernando de Noronha. Perguntei se ela assumiria o ministério e ela disse que sim”, conta.
“O meu erro foi ter anunciado o nome dela. Deveria ter deixado isso para o Planalto. Acabei despertando a ira”, frisa Jefferson. Ele ressalta que apresentou quatro nomes a Temer para a sucessão de Ronaldo Nogueira no comando da Pasta do Trabalho. A opção acabou recaindo para Cristiane.
Eleições
Sobre as eleições, ele afirma que o PTB apoiará a candidatura de Geraldo Alckmin, do PSDB, para a presidência da República. “Geraldo é o melhor candidato para o centro. Governador quatro vezes de São Paulo, tem o que mostrar”, destaca. “Ele está apanhando, mas é o melhor candidato”, emenda.
Na visão dele, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não tem chance nenhuma como candidato presidencial. E ressalta que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, terá que mostrar muito serviço se quiser entrar na disputa pelo Planalto. “Ele não foi governador, não foi prefeito, não foi nada”, diz.
Brasília, 13h40min