Pelos cálculos do economista Marcelo Neri, da FGV, em 2014, a nova classe média representava 56,8% da população brasileira. No ano passado, depois de um longo período de recessão econômica, essa participação caiu para 53,9%.
A nova classe C se consolidou durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula, sobretudo por causa do controle da inflação e do aumento real do salário mínimo. Com o crescimento da economia, o desemprego chegou a cair a 4,9% em 2014.
As estripulias feitas por Dilma Rousseff na economia, porém, começaram a minar o bem-estar dessa nova classe média. A alta da inflação foi corroendo o poder de compra dos trabalhadores e, aos poucos, o fantasma da pobreza voltou a assustar muitas delas.
Desigualdade
O IBGE apontou que as pessoas que vivem na pobreza, com renda mensal média de R$ 233, representam 12,2% da população do país. São 25,3 milhões de brasileiros. Em 2014, eles eram 9,8% da população, o menor índice da série.
A história mostra que não há outro caminho para a redução da pobreza que não seja o crescimento econômico sustentado. Sim, as políticas sociais, como o Bolsa Família, são importantes, mas é o emprego de qualidade que permite a ascensão social.
Os brasileiros mais pobres precisam de atenção especial, com uma boa educação. Infelizmente, não é o que se está vendo hoje. O governo está perdido. O presidente da República ainda não desceu do palanque. Tornou-se um especialista em criar crises.
Mantido o atual quadro de balbúrdia na administração federal, em que aqueles que decidem estão mais preocupados com uma agenda de costumes, será muito difícil ver o Brasil acabar com a praga da pobreza.
Pelos cálculos de Marcelo Neri, da FGV, mesmo que o Brasil cresça, em média, 2,5% ao ano, só voltaremos a ostentar índices de pobreza semelhantes a 2014 em 2030. É tempo demais para um país tão desigual e injusto.
Brasília, 15h01min