Credit Suisse prevê recessão no primeiro semestre de 2020

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ROSANA HESSEL

A pandemia da Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, está colocando o mundo em quarentena e os economistas não param de reduzir as projeções de crescimento global. A palavra do momento é recessão, inclusive, no Brasil. O Credit Suisse acaba de 1,4% para zero a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020, devido ao impacto do novo coronavírus na economia brasileira e prevê recessão no primeiro semestre.

“Nosso cenário de caso base agora é compatível com uma recessão no primeiro semestre”, informou o relatório do banco suíço ao qual o Blog teve acesso. A instituição prevê contrações de 0,1%, no primeiro trimestre, e de 1,6%, no segundo trimestre, e ainda cogita uma piora na atividade na segunda metade do ano. “Não é possível descartar uma recessão muito mais significativa, dependendo do tempo que leva para o governo para conter o impacto negativo do vírus”, alertou.

O Credit Suisse, para quem tem memória curta, é aquele banco suíço que previa que o PIB brasileiro iria crescer apenas 1,5%, em 2012, e o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a previsão era “uma piada”. Pouco mais tarde, quem virou piada foi o ministro que tinha uma estimativa mais do que o dobro do que acabou de fato ocorrendo, uma alta de 1,9% naquele ano.

Logo, o atual inquilino do quinto andar do Bloco P da Esplanada dos Ministérios, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe de técnicos otimistas precisam tomar cuidado com o que falam. Eles ainda acreditam que a economia brasileira crescerá mais do que o dobro do que preveem os mais pessimistas do momento e o ministro chegou a falar que o choque é “passageiro” e que a “China já estava saindo” da crise. A estimativa da pasta, de avanço de 2,1% no PIB deste ano já virou piada entre os economistas. Já está ficando constrangedor para os técnicos do governo explicarem essa projeção, que leva em conta, por exemplo, um barril de petróleo acima de US$ 50.

Vicente Nunes