A forte queda dos preços do dólar — a moeda norte-americana está cotada a R$ 3,69, com queda de quase 1% — provocou uma corrida às agências bancárias e às casas de câmbio em Brasília. A clientela comprou tudo o que pode. Tanto que, em várias agências, o estoque zerou. Não sobrou um dólar sequer.
Segundo Banco do Brasil, em várias agências, a demanda foi muito grande. Isso aconteceu, acrescentou o banco, por causa do preço menor da moeda, da proximidade das férias de fim de ano e do feriado prolongado. Nas agências mais movimentadas, faltou dólares desde a abertura dos negócios desta quinta-feira (01/11).
Também nas casas de câmbio de vários shoppings de Brasília o estoque de dólares acabou. De acordo com os operadores, abaixo de R$ 4, os consumidores ampliam as compras para formarem reservas de olho em futuras viagens ao exterior. “Desde a semana passada, a procura por dólar disparou”, diz um funcionário de uma casa de câmbio.
Os operadores ressaltam que, nos momentos mais tensos da política, sobretudo nos dias após a facada sofrida pelo agora presidente eleito Jair Bolsonaro, o dólar turismo chegou a ser negociado acima de R$ 5. “Portanto, com a moeda abaixo de R$ 4, todo mundo se anima a viajar para o exterior”, destaca um agente de turismo.
A perspectiva é de que os consumidores antecipem a compra de viagens para o exterior para fecharem os pacotes a um dólar mais baixo. “Vamos ver esse movimento mais claramente nos relatórios que o Banco Central divulgará nos próximos meses sobre viagens ao exterior”, afirma um operador de câmbio.
Caso o dólar se mantenha abaixo de R$ 4, os brasileiros vão preferir viajar para o exterior no fim de ano em vez de fazerem turismo pelo Brasil, até porque, em alguns casos, os passeios no país são mais caros e a infraestrutura, pior. “Muita gente está procurando informações sobre Natal e ano-novo nos Estados Unidos”, diz um gerente de uma agência de viagem.
Brasília, 16h07min