A avaliação de sindicalistas do alto escalão é de que o pedetista tem uma agenda progressista mais contundente que a de Haddad. Eles ainda ressaltam que Ciro está há mais tempo na campanha e veem nele uma capacidade maior de puxar votos de indecisos em relação ao petista. “Ele está há mais tempo se posicionando contra a reforma trabalhista, o teto dos gastos, e a valorização da classe trabalhadora”, ponderou um dirigente da CSB.
O apoio, no entanto, não é uníssono. As centrais prezam pela pluralidade de ideias e liberaram apoio para diferentes candidatos. Na CSB, por exemplo, há lideranças que apoiam Haddad e outras que são fiéis a Ciro. Na Força Sindical, a divisão ainda é maior. Devido à coligação do Solidariedade com o PSDB, do candidato Geraldo Alckmin, há quem esteja com os tucanos. O presidente da legenda, Paulinho da Força Sindical, é o mandatário da central.
A disputa entre Ciro e Haddad pelos votos da esquerda não preocupam os apoiadores do pedetista. Eles entendem que a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ultrapassa a do próprio PT, e que isso pode favorecer o petista, mas negam voltar atrás. “Haddad foi apoiado pelo próprio Ciro e perdeu a reeleição para João Dória nas eleições municipais (de 2016). Até os votos brancos e nulos o superaram. Ciro é um nome mais preparado para conquistar os indecisos”, sustentou um dirigente da Força Sindical.
Brasília, 20h01min