Portanto, no entender dos militares, o mais provável é que o segundo turno das eleições se dê entre o ex-juiz Sergio Moro e Lula, cujo resultado é imprevisível. Já numa hipótese remotíssima de Lula ficar pelo meio do caminho e o embate for entre Moro e Bolsonaro, a vitória será do ex-juiz, com folga.
Ciente desse quadro, Bolsonaro, segundo militares, está se “borrando” de medo de Moro. Pesquisas internas do Palácio do Planalto mostram o ex-ministro da Justiça em ascensão e tirando apoio do presidente. Assessores do presidente disseminam, porém, a informação de que o teto do ex-juiz é de 18% dos votos.
A desidratação de Bolsonaro ficará mais clara, no entender dos militares, a partir do ano que vem, com a deterioração da economia. Esse será o tema decisivo das eleições. Especialistas preveem que o Brasil pode mergulhar na recessão, com inflação alta, juros acima de dois dígitos, desemprego alarmante e pobreza em expansão.
Nem mesmo o pagamento do Auxílio Brasil, de R$ 400, será suficiente para reverter a perda de apoio de Bolsonaro. Não será surpresa, inclusive, se Moro começar a centrar seu discurso nas questões econômicas neste momento para confrontar Bolsonaro e direcionar a questão de corrupção em relação a Lula quando o atual presidente já estiver com a língua de fora.
Brasília, 19h21min