Segundo um integrante do Palácio do Planalto, o comandante-geral do Exército, Paulo Sérgio de Oliveira, “teve coragem moral” suficiente para não “se render às pressões” e tomar a “decisão mais acertada”.
Ele conta que a posição do comandante do Exército foi compartilhada previamente com o Alto Comando. E houve um consenso sobre a decisão, que “foi ao encontro de interpretação de juristas de que o ato de Pazuello não era político”.
Outro importante membro do governo relata que o comandante do Exército entendeu que uma punição a Pazuello só teria o “intuito de atingir o presidente Jair Bolsonaro”, o que não faria sentido.
“Foi uma decisão difícil, mas o comandante do Exército sai fortalecido internamente pela coragem moral de decidir contra as pressões da imprensa e de parte de pessoal interno”, frisa. “Não houve, portanto, submissão a pedido do presidente.”
Antes de o Exército anunciar oficialmente a posição em relação ao processo administrativo aberto contra Pazuello, Bolsanaro se manifestou publicamente para defender o ex-ministro da Saúde. O presidente, inclusive, proibiu o Exército de soltar uma nota confirmando a abertura do processo.
Para os dois integrantes do governo ouvidos pelo Blog, “não haverá consequência como uma crise interna no Exército”. Eles garantem que a pacificação na Força é clara. “Agora, é virar a página”, diz um deles.
Brasília, 17h01min