A listagem é liderada por Portugal, que apresentou alta de 4,9% na mesma base de comparação. Em segundo lugar, ficou o Reino Unido, com avanço de 4,8%, seguido pela Letônia e pela Áustria, com expansão de 4,4% e de 4,3%, respectivamente. A média geral ficou em 1,2%, com a Zona do Euro apresentando desempenho acima dessa média, de 2%, no trimestre.
No ranking anterior, do primeiro trimestre, o Brasil ficou na 19º colocação, mas estava acima da média entre os países pesquisados. Agora, com a queda do PIB no segundo trimestre, o país ficou abaixo da média na listagem da Austin.
De acordo com o economista-chefe da Austin e autor do levantamento, Alex Agostini, a queda no PIB brasileiro no segundo trimestre acabou surpreendendo e colocou o país entre os piores desempenhos no ranking, que acabou sendo liderado pelos países europeus, refletindo que o avanço da vacinação tem sido crucial nesse processo de retomada. No primeiro trimestre, os asiáticos e emergentes estavam melhor posicionados e, devido aos efeitos da segunda onda da covid-19, acabaram perdendo posições nos meses de abril a junho.
“Os dados mostram que a saída para essa crise provocada pela pandemia da covid-19 é a vacinação. Não tem jeito”, frisou. “O isolamento afeta pouco, mas é necessário para uma recuperação mais rápida, como está ocorrendo na Europa”, emendou.
O especialista contou que as quedas na agricultura, de 2,8%, e na indústria, de 0,2% “foram maiores do que o esperado” e, por isso, não foram compensadas pelo avanço de 0,7% do setor de serviços. Agostini reconheceu que a seca e a inflação foram os principais fatores para esse desempenho ruim desses importantes setores. Mas a queda na confiança, que é refletida nos investimentos — que apresentou queda de 3,6% e fez o consumo das famílias andar de lado, também ajudaram para o dado negativo do PIB no trimestre. “O Brasil piorou no ranking e o resultado do segundo trimestre mostra que a economia brasileira não está bombando. O país ficou lá embaixo no ranking de 44 países”, acrescentou.
Agostini lembrou que as previsões de crescimento do PIB brasileiro, que variam entre 5% a 5,4%, estão abaixo da média mundial, de 6%, e dos países emergentes do Brics, bloco integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, de 6,8%. “Por mais que o governo comemore o crescimento de 2021, o Brasil está pior do que seus pares”, lamentou.
Para o especialista, o grande desafio para o Brasil será crescer em 2022, em um ambiente de eleição com forte polarização e com a economia puxando para baixo. “Haverá muita incerteza política, com taxa de juros alta, risco de apagão, desemprego elevado, inflação pressionando, ambiente fiscal fragilizado. Esse vai ser o grande desafio. Crescer em 2020 é fácil. O país está recuperando as perdas dos últimos anos. Agora, com a queda dos investimentos e o consumo das famílias andando de lado, será difícil para o Brasil conseguir ter um crescimento mais sustentável”, alertou.
Na avaliação de Agostini, os dados do PIB do segundo trimestre são um grande alerta para o que está por vir. “Se o país não resgatar a confiança nesse ambiente turbulento, não vai ser possível mudar o país”, finalizou.