Com medo do PT, dólar vai a R$ 4,03 e Bolsa cai 1,5%

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O mercado financeiro viveu um dia de nervosismo nesta terça-feira (21/08), diante da possibilidade de o candidato do PT, provavelmente Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, chegar ao segundo turno das eleições presidenciais. O dólar disparou, fechando a R$ 4,03, com alta de 1,97%. É a maior cotação desde fevereiro de 2016. A Bolsa de Valores de São Paulo desabou 1,5%, para os 75.180 pontos, o nível mais baixo desde 11 de julho.

Os analistas acreditam que, com Lula cada vez mais forte nas pesquisas, ele conseguirá transferir boa parte de seus votos para Haddad. Lula está preso, condenado a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele deverá ter a candidatura impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ser considerado ficha suja.

Na avaliação dos investidores, com 37% das intenções de votos, mesmo preso,Lula  está mobilizando o eleitorado mais do que qualquer outro candidato. Com isso, as projeções são de que Haddad, quando for efetivado como candidato do PT, já sairá com pelo menos 15% das intenções de votos. Hoje, dizem os especialistas, são expressivas as chances de o segundo turno ser disputado entre Haddad e Jair Bolsonaro, do PSL. Nenhum dos dois se enquadram no perfil de candidato que o mercado deseja.

Para desespero dos donos do dinheiro, o preferido deles, Geraldo Alckmin (PSDB), não consegue decolar, mesmo tendo fechado uma ampla aliança com o Centrão. O tucano se mantém, na média, com 7% das intenções de votos, atrás de Ciro Gomes (PDT) e de Marina Silva (Rede). Os investidores acreditavam que, depois do início da campanha, Alckmin decolaria. Agora, torcem para que ele conquiste votos depois do início da campanha da tevê, a partir de 31 de agosto.

O mercado teme o PT, sobretudo, por causa do desastre econômico provocado por Dilma Rousseff. Ela empurrou o país para uma das mais graves recessões da história, que levou mais de 13 milhões de brasileiros ao desemprego. Para os analistas, o risco de Haddad repetir os erros de Dilma é grande. Além disso, o PT se mostra contrário a reformas importantes, como a da Previdência Social, fundamental para o equilíbrio das contas públicas.

Brasília, 18h08min

Vicente Nunes