Os analistas acreditam que, com Lula cada vez mais forte nas pesquisas, ele conseguirá transferir boa parte de seus votos para Haddad. Lula está preso, condenado a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele deverá ter a candidatura impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ser considerado ficha suja.
Na avaliação dos investidores, com 37% das intenções de votos, mesmo preso,Lula está mobilizando o eleitorado mais do que qualquer outro candidato. Com isso, as projeções são de que Haddad, quando for efetivado como candidato do PT, já sairá com pelo menos 15% das intenções de votos. Hoje, dizem os especialistas, são expressivas as chances de o segundo turno ser disputado entre Haddad e Jair Bolsonaro, do PSL. Nenhum dos dois se enquadram no perfil de candidato que o mercado deseja.
Para desespero dos donos do dinheiro, o preferido deles, Geraldo Alckmin (PSDB), não consegue decolar, mesmo tendo fechado uma ampla aliança com o Centrão. O tucano se mantém, na média, com 7% das intenções de votos, atrás de Ciro Gomes (PDT) e de Marina Silva (Rede). Os investidores acreditavam que, depois do início da campanha, Alckmin decolaria. Agora, torcem para que ele conquiste votos depois do início da campanha da tevê, a partir de 31 de agosto.
O mercado teme o PT, sobretudo, por causa do desastre econômico provocado por Dilma Rousseff. Ela empurrou o país para uma das mais graves recessões da história, que levou mais de 13 milhões de brasileiros ao desemprego. Para os analistas, o risco de Haddad repetir os erros de Dilma é grande. Além disso, o PT se mostra contrário a reformas importantes, como a da Previdência Social, fundamental para o equilíbrio das contas públicas.
Brasília, 18h08min