O argumento do “contato com as bases” foi usado por opositores do Planalto e acabou colando. Mas a verdade é que os governistas estão pouco preocupados com isso atualmente. A dificuldade do Planalto hoje é outra: contabilizar o preço da sobrevivência no plenário. Apenas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o governo desembolsou R$ 1,9 bilhão em emendas parlamentares que estavam contingenciadas. Na prática, a liberação dos recursos com a troca dos integrantes da CCJ garantiram a vitória de Temer. O problema é a incerteza de que isso possa se repetir no plenário.
O governo não admite a relação entre a liberação de emendas e o apoio na CCJ, afinal o dinheiro já estava previsto anteriormente. O problema é que a própria equipe econômica era contrária à liberação. Tudo piora quando o repasse aos parlamentares é comparado às restrições orçamentárias em áreas essenciais como saúde, educação e segurança. Assim, resta saber qual será o preço cobrado pelos deputados em agosto — e se o governo vai conseguir pagar de novo.