Coluna no Correio: Números contam histórias

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PAULO DE TARSO LYRA

Três pesquisas distintas, feitas por diversos institutos, com abrangências e questões diferentes, convergiram no rumo da mudança. De um desejo de alteração no que aí está. Se o presente vai se tornar passado, é prematuro dizer. Mas ele deixou de ser inabalável como se acreditava até bem pouco.

Conhecido por sua força no mundo virtual, o PT foi suplantado pelo nanico PSC como legenda mais influente nas redes sociais. É o que mostra a pesquisa mais recente da FSB Comunicação, chamada FSB Influência Congresso, realizada em outubro. Graças à atuação de apenas dois parlamentares que extrapolam os limites do partido que os abriga: Marcos Feliciano (SP) e Jair Bolsonaro.

O primeiro tem força na comunidade evangélica, o segundo é presidenciável, mas vai migrar para o Patriotas, deixando o PSC a ver peixinhos. Mas eles lideram a lista dos deputados mais influentes no Facebook e no Twitter, desbancando a tradicional máquina petista. Paulo Pimenta (PT-RS) segue em terceiro mas, agora, seguido por um calouro no Top 4, o deputado delegado Francischini, que foi da Polícia Federal, bancada da bala, em alta na Casa. Qual partido? Importa? Solidariedade.

A Paraná Pesquisa fez um levantamento em novembro que aterrorizou muita gente no Congresso. Em um universo de 2,12 mil entrevistados, entre 15 e 19 de novembro, 71% dos entrevistados não repetiram em 2018 os votos nos mesmos candidatos que escolheram em 2014. 78,4% acham que surgirão candidatos novos, 84,8% não se sentem representados pelos atuais partidos políticos e 81,9% não se identificam com a atual classe política.

O corolário veio ontem com o Instituto Ipsos, a terceira maior empresa de pesquisa e de inteligência de mercado do mundo, mostrando uma aprovação de 60% ao apresentador de TV Luciano Huck. Há que se ter prudência nesse caso, pois Luciano comanda um programa semanal de auditório, algo mais simples do que a atuação pública de outras figuras expostas na mesma pesquisa. Mas, a título de imagem perante a população, virou matéria-prima para palpiteiros e marqueteiros.

Se é verdade que números contam histórias, são as letras que formatam os finais delas. Estamos a 11 meses das eleições, tempo suficiente para muita coisa virar verdade ou tornar-se apenas ficção.

Brasília, 12h06min

Vicente Nunes