CNC: Setor de turismo só deverá se recuperar em 2023

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ROSANA HESSEL

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentados na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgados nesta sexta-feira (10/07), que mostraram queda de 0,9% no quinto mês do ano na comparação com abril e de 19,5% em relação a maio de 2019, acenderam mais um sinal de alerta sobre a capacidade de economia reagir no meio da pandemia de covid-19, principalmente, o setor de turismo.

Pelas estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o setor turístico, que inclui hotéis e empresas de aviação, é o que mais vai demorar para se recuperar da recessão deste ano, devendo retornar ao patamar pré-crise em 2023, apesar de o segmento ter apresentado leve crescimento em maio, de 6,6% em relação a abril nos dados do IBGE.

As projeções da CNC apontam perdas acumuladas de R$ 121,97 bilhões desde o início da pandemia no setor de turismo. A entidade ainda prevê que a tendência é de que o faturamento real desse segmento encolha 39% neste ano, “com perspectiva de volta ao nível pré-pandemia no terceiro trimestre de 2023″.

Fabio Bentes, economista da CNC, destacou ao Blog que o turismo foi a atividade mais atingida durante a pandemia, mas, quando comparado aos demais setores da economia, é o que se encontra mais distante do nível de atividade antes da covid-19. Em relação a fevereiro, a queda é de 66%, lembrou.

Assim como nas pesquisas do próprio IBGE relativas à indústria e ao comércio, as empresas que compõem as atividades turísticas perceberam a fase mais aguda da crise pandêmica no mês de abril”, acrescentou o economista da CNC.  Ele revisou de 5,6% para 5,9% a expectativa de queda do setor de serviços no acumulado de 2020.

De acordo com Bentes, o PIB nacional deverá retornar ao patamar pré-crise na primeira metade de 2022, assim como o setor de serviços, com base nos dados aglomerados.

Vicente Nunes