Capital Economics passa a prever queda de 5% no PIB brasileiro

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ROSANA HESSEL

Acompanhando o ciclo de revisões do mercado para o desempenho da economia brasileira em 2020, a Capital Economics fez nova projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, passando de 7% para 5%, devido aos indicadores recentes estarem melhores do que o esperado.

Contudo, a consultoria britânica reforçou que ainda há incertezas políticas e o mercado mercado de trabalho está muito fraco que podem atrapalhar uma retomada mais robusta. Além disso, a continuidade da disseminação do vírus no país indica que o processo de recuperação da economia será lento. Não à toa, a entidade prevê que, no fim de 2022, o PIB brasileiro ainda estará 6% abaixo do patamar pré-crise.

O relatório da Capital para investidores avaliou que há “um sentimento de otimismo” em relação às perspectivas econômicas para o Brasil.  No geral, as projeções da consultoria são de queda de 10,5% do PIB do segundo trimestre deste ano, confirmando a recessão no país, e de alta de 7% nos três meses seguintes.

Para 2021 e para 2022, as estimativas da entidade para o PIB brasileiro são de crescimento de 3% e de 2%, respectivamente. Antes, a estimativa era de 2,5% para cada um dos dois anos. “Pensamos que a recuperação da economia vai perder ímpeto. Por um lado, a propagação contínua do vírus é, provavelmente, terá efeitos duradouros. Embora as autoridades não parecem inclinadas a restringir as medidas de contenção, como aconteceu em outras partes da região, um alto número de casos de coronavírus resultará em comportamento cauteloso, atingindo os setores de recreação e transporte em particular”, destacou o documento assinado pelo economista para mercados emergentes da Capital, William Jackson.

De acordo com o analista, o risco de rompimento do teto de gastos em 2021 poderá afetar as projeções atuais. “Dada a problemática dinâmica da dívida governamental do Brasil, também resultam em um prêmio de risco mais alto, uma moeda mais fraca e provavelmente desencadeiam aumentos nas taxas de juros”, alertou.

Vicente Nunes