Câmara Distrital, um antro de corrupção

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Demorou, mas finalmente o Ministério Público do Distrito Federal decidiu desbaratar a quadrilha que, há décadas, comanda a Câmara Legislativa da capital do país. É notório que a Casa, que deveria ser do povo e para o bem dele trabalhar, se tornou um antro de corrupção. Não há um só projeto aprovado ali que não tenha propina envolvida.

A maior parte dos parlamentares eleitos não tem a menor capacidade de exercer uma função tão nobre como a de um legislador. Infelizmente, os que chegam à Câmara Distrital são beneficiados por esquemas nada republicanos dos partidos que dominam a Casa. É um jogo de cartas marcadas, no qual o eleitor faz papel de palhaço.

A denúncia investigada pelo Ministério Público de que o grupo liderado pela presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), teria recebido R$ 30 milhões para mudar a destinação de emendas é só o começo de uma rede de corrupção que envergonha a todos.

A investigação do MP só ganhou corpo porque decorreu de uma guerra de quadrilhas. Ou alguém acredita que a deputada Liliane Roriz (PTB), que divulgou as gravações que comprovam as irregularidades, se transformou, da noite para o dia, em uma boa samaritana? Claro que não. Ela só fez a denúncia porque foi excluída do esquema. Não há inocente nesse jogo.

Brasília, 12h15min

Vicente Nunes