Ingerências políticas voltam a assombrar a Caixa

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POR ANTONIO TEMÓTEO

O Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal deve votar na próxima semana uma nova mudança no estatuto. O colegiado quer acabar com a prerrogativa de que empregados concursados do banco público ocupem Diretorias-Executivas, a Diretoria Jurídica e o posto de Auditor-Chefe.

A alteração no estatuto é capitaneada pela presidente do conselho, Ana Paula Vescovi, que também é secretária-executiva do Ministério da Fazenda. A proposta  foi confirmada ao Blog por três pessoas que acompanham o tema. Entretanto, a data da próxima reunião do colegiado ainda não foi marcada.

Em nota, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) informou que em outubro de 2017, quando os dirigentes da estatal debatiam a formulação de um novo estatuto, o fim da exclusividade dos empregados assumirem cargos  de diretoria foi proposto, mas barrado após pressões dos trabalhadores.

A entidade detalhou que trabalhará para barrar a medida. Vale lembrar que a Caixa é uma estatal controlada por diversos partidos políticos, entre eles o Partido Progressista (PP), que mantém a presidência do banco, e o MDB, que controla algumas vice-presidências.

Com a medida, o apetite de diversas legendas aumentará para indicar apadrinhados para os cargos de direção. O ex-ministro Geddel Vieira Limam, o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, ambos ligados ao MDB, e outros executivos que passaram pelo banco cobraram propina para liberação de financiamentos. O temor dos empregados do banco é que isso volte a acontecer.

Vicente Nunes