ANTONIO TEMÓTEO
Em meio a uma série de suspeitas de irregularidades, Cláudio Albuquerque Nascimento e Antonio Carlos Melo da Silva renunciaram ontem, respectivamente, aos cargos de presidente executivo e presidente do Conselho Deliberativo do fundo de pensão dos empregados do Serpro (Serpros).
A decisão foi tomada depois de o Correio revelar que os conselheiros eleitos pelos participantes da fundação denunciaram à Previc, órgão supervisor do sistema de previdência complementar fechado, que a reunião do colegiado que aprovou o nome de Nascimento para o comando do Serpros não teria seguido as regras previstas em lei.
Uma reunião extraordinária do conselho deliberativo do Serpros foi convocada para as 9h da manhã desta quarta-feira, 11, na sede da entidade, no Rio de Janeiro. Na ocasião, deverá ser escolhido um novo nome para a presidência do fundo, indicado pela patrocinadora.
Os conselheiros eleitos da fundação defendem que o Serpro, estatal vinculada ao Ministério da Fazenda, apresente um candidato ao cargo que seja empregado da empresa, participante do fundo e com sólida experiência gerencial. Defendem ainda que o diretor de investimentos seja contratado no mercado, por meio de um processo seletivo, com apoio de consultoria especializada.
O Serpros tem um histórico recente ruim de má gestão. Desde maio de 2015, estava sob intervenção da Previc por irregularidades na constituição de reservas, provisões e aplicações financeiras. Toda a diretoria executiva foi afastada e a fundação passou a ser gerida por um interventor. Em 2015, o plano PS-II teve superavit de R$ 325,4 milhões e o plano PS-I saldado, deficit de R$ 109,5 milhões.
Veja abaixo a carta de demissão de Nascimento.
Brasília, 15h39min