Um dia depois de pedir demissão do cargo de secretário do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal fez uma veemente defesa do respeito ao teto de gastos, o ponto central de sua discórdia com o ministro Paulo Guedes.
Para Funchal, que participou na noite desta sexta-feira (22/10) do seminário de comemoração dos 60 anos da FGV EPGE, o teto de gastos traz previsibilidade à economia, estimula o investimentos produtivos e, consequentemente, o crescimento econômico.
Segundo o ainda secretário, o efeito positivo do teto de gastos foi sentido quando se observa a retomada da economia, com aumento de arrecadação. “Em 2020, gastou-se muito em função da pandemia. Esse gasto foi coberto por mais endividamento, mas o importante é que conseguimos voltar a uma trajetória de deficit similar ao que estava projetado no pré-pandemia”, disse.
Fuchal ressaltou, ainda, que, provavelmente, o resultado das contas públicas deste ano será um pouco melhor do que o deficit projetado de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Ele lembrou que, no início do ano, a projeção era de rombo de 3,5% do PIB.
Ou seja, afirmou Funchal, mesmo o governo tendo gastado R$ 130 bilhões além do teto para o enfrentamento da pandemia, a despesa se refletiu em uma melhora do resultado fiscal.
Brasília, 21h01min