O BRB, Banco de Brasília, comunicou ao Banco Central que está procurando um sócio para a parceria que tem com o Flamengo na plataforma digital Nação BRBFla.
O objetivo é dividir com esse futuro sócio os prejuízos que vem acumulando no negócio. Parte importante dos torcedores flamenguistas que abriram conta na plataforma não paga as dívidas realizadas por meio de cartão de crédito.
Como mostrou a Folha de S. Paulo, as perdas com as contas digitais passam de R$ 455 milhões. São dívidas que estão com mais de um ano de atraso e tiveram de ser lançadas como perdas nos balanços do BRB.
Nos momentos mais críticos, o calote nos cartões de créditos dos flamenguistas chegou a 45%. Ou seja, quase a metade dos clientes deixou de pagar as faturas em dia. Agora, a inadimplência ronda a casa dos 30%.
Fatura de R$ 32 milhões por ano
Chama a atenção que, mesmo tendo prejuízos com o Nação BRBFla — as perdas aumentaram 70% nos 12 meses terminados em junho último —, o BRB tem arcado com uma fatura anual de R$ 32 milhões com o Flamengo por direitos nas vendas de seguros, por exemplo.
Desde que o Nação BRBFla foi criado, há pouco mais de três anos, uma série de suspeitas tem surgido, sobretudo sobre a viabilidade do negócio. No ano passado, o Ministério Público de Contas do Distrito Federal (TCDF) pediu esclarecimentos ao BRB sobre os calotes.
O projeto para a busca de um futuro sócio para o Nação BRBFla foi denominado Guanabara. Segundo o BRB, em janeiro deste ano, o Banco Central aprovou a criação de uma nova empresa, que conduzirá as operações da plataforma de negócios. Até agora, o banco ainda não conseguiu estruturar a nova companhia, já com o futuro parceiro.
Outro lado
O BRB tem tentado rebater as informações que apontam o Nação BRBFla como uma operação ruim, que só tem dado prejuízos. A instituição controlada pelo Governo do Distrito Federal afirma que a plataforma digital está avaliada, atualmente, em R$ 1,35 bilhão.
Pelos cálculos do banco, o Nação BRBFla permitiu a ampliação de sua participação no mercado, com clientes em 93% do território nacional e até no exterior. A base de correntistas passou de 650 mil para 7,3 milhões.
Assegura, ainda, que os crédito concedidos por meio da plataforma digital representam menos de 2% da carteira total de crédito do BRB, que supera R$ 37 bilhões e tem inadimplência média de 2,01%, abaixo dos 3,6% do mercado.