HAMILTON FERRARI
Em meio à carestia dos combustíveis, os brasilienses estão correndo para postos que mantiveram os preços abaixo de R$ 4. Tanto na Asa Sul (210 e 214), quanto na Asa Norte (206), é possível encontrar o litro da gasolina variando entre R$ 3,89 e R$ 3,90. Não por acaso, as filas estão cada vez maiores.
Fotos: Bárbara Cabral/ CBPress
“Temos que aproveitar. Não dá para aceitar gasolina acima de R$ 4. É um absurdo”, diz Pedro Soares, 42 anos. Ele é motorista de transporte por aplicativos. “Quanto maior for o preço da gasolina, menor é nosso lucro. Assim, nosso trabalho fica inviável”, acrescenta.
Também motorista de transporte por aplicativo, João de Souza, 37, afirma que está abastecendo o carro duas vezes por dia, para aproveitar os preços mais baixo da gasolina. “Todas as vezes que passo em frente aos posto em que o combustível está por menos de R$ 4, encho o tanque”, ressalta. “É questão de sobrevivência.”
Gerentes desses postos dizem que estão ganhando na quantidade. “Quanto mais gente vier para os postos, melhor. A margem de lucro é menor, mas nosso fluxo de caixa fica mais robusto”, destaca um dos gerentes. “Além do mais, não ficamos com estoques elevados, pois a demanda está mais fraca”, frisa.
A perspectiva é de que esses preços mais baixos continuem pelo Natal. “Essa, pelo menos, é a perspectiva”, afirma o mesmo gerente. “Não recebemos nenhuma orientação para mudar os preços nas bombas”, reforça. Na média, os preços do combustível no DF estão em R$ 4,50. No início da semana, houve aumento de R$ 0,50 nas bombas.
A Petrobras tem anunciado mudanças quase que diariamente nos valores dos combustíveis nas refinarias. A empresa diz que acompanha as cotações do dólar e do petróleo no mercado internacional. Houve uma tentativa do governo em mudar essa política, mas a estatal bateu o pé. No máximo, aceitou segurar por até 15 dias as mudanças no preço da gasolina.
Brasília, 14h53min