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Brasileiros se assustam com aumento do desemprego em Portugal

Publicado em Economia

Brasileiros que moram em Portugal estão assustados com o aumento do desemprego no país. A taxa de desocupação atingiu 7,1% em janeiro deste ano, a maior desde o fim de 2020, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). Foi a terceira alta seguida.

 

No total, 374,8 mil pessoas estão sem trabalho, aumento de 22,3% em relação a janeiro de 2022 e de 5,5% ante dezembro último. Pelos cálculos do INE, 12,4% da mão de obra está subutilizada. As pessoas trabalham menos do que gostariam e poderiam.

 

A piora do mercado de trabalho, se continuar, prejudicará, sobretudo, os estrangeiros, que têm menor empregabilidade no país europeu. O governo acredita, porém, que, com a retomada do turismo a partir de abril, o mercado de trabalho voltará a ganhar fôlego.

 

As empresas já começam a montar estratégias para reforçar o quadro de pessoal, sobretudo nos ramos de restaurantes e hotelaria, em que os brasileiros se destacam pela versatilidade e por serem mais expansivos na comunicação.

 

Presidente pede cautela

 

Na avaliação do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, a alta do desemprego é um sinal de alerta. “Significa que a evolução internacional está lenta, que a guerra (entre Ucrânia e Rússia) continua, que a inflação em muitos países continua alta, que potências internacionais não se recuperaram, mesmo as europeias, como a Alemanha, e que o mundo é aberto, e isso tem efeito”, disse.

 

Para ele, a subida do desemprego em determinados setores, ainda que num período de baixa atividade, deve ser analisada com cautela. “O turismo está indo bem, mas vai aumentar progressivamente ao longo do ano, assim como outras atividades produtivas. Eu diria, sempre com precaução, que a saída do período do crise, que a pandemia e a guerra agravaram, pode demorar mais tempo do que alguns esperavam”, afirmou.

 

A boa notícia, segundo Rebelo de Souza, foi que a economia portuguesa cresceu 6,7% em 2022. “Contudo, sabemos que, em 2023, não é possível um crescimento assim. Vamos ver como será exatamente a evolução da economia”, destacou. E frisou: “Todos sabem como sou, não pertenço nem aos pessimistas nem aos otimistas esfuziantes”.