Brasileiro destrói, com cajado, sala de atendimento de consulado do Brasil no Chile

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Funcionários do Consulado-Geral do Brasil em Santiago do Chile viveram horas de terror na quarta-feira, 18 de janeiro. Um homem destruiu, com um cajado, a sala de atendimento ao público. Ele dava sinais de estar em surto, mas muitos dos presentes acreditam que ele estava fingindo para justificar tamanha violência.

Segundo relatos de funcionários do Itamaraty, a agressão se deu por volta das 13h (horário local). O homem, brasileiro, parecia estar inspirado pelos ataques terroristas de 8 de janeiro que destruíram as sedes dos Três Poderes — Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto. Ele, porém, não citou o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O medo foi geral entre funcionários e cidadãos que esperavam por atendimento. “No mínimo, umas cinco pessoas poderiam ter sido mortas”, ressaltaram servidores do Itamaraty. Eles contaram que o motorista e o guarda terceirizado do Consulado-Geral contiveram o homem e a polícia o levou preso. Ele foi solto nesta quinta-feira (19/01), mas não pode deixar o Chile.

“Vários funcionários estão em choque. Alguns ficaram encurralados no fundo da sala enquanto o sujeito destruía guichês e equipamentos a cajadadas”, destacaram, nos relatos. “Outras funcionárias se trancaram no banheiro achando que era um franco atirador”, acrescentaram. O Consulado foi fechado pelo menos até sexta-feira (20/01).

O motivo da violência é banal. O homem queria uma passagem para o Brasil. “Para vocês terem uma ideia do horror do ataque, tinha uma funcionária em posição fetal, deitada na calçada em frente ao Consulado-Geral aos prantos. Parecia cena pós-catástrofe e, de certa forma,  era mesmo”, enfatizaram servidores do Itamaraty. O temor entre eles é de que esse tipo de violência se torne rotina.

Vicente Nunes