Um grupo intitulado A Reconquista, liderado pelo extremista Afonso Gonçalves, que já foi banido de vários redes sociais, está convocando jovens portugueses para agirem contra imigrantes, sobretudo os oriundos de países asiáticos muçulmanos e, claro, os brasileiros, que são 40% dos estrangeiros que vivem no país europeu.
O grupo extremista está anunciando uma série de vídeos que serão publicados a partir desta segunda-feira (08/01) até março, sob o título “A grande invasão”. Para os radicais, os imigrantes estão “roubando empregos, as casas, os bairros, incentivando a violência e destruindo a cultura de Portugal”. Os extremistas encontram abrigo no Chega, partido chefiado por André Ventura.
Na página dos extremistas na internet, os intolerantes, que se autodenominam “jovens patriotas”, atribuem o aumento da violência aos brasileiros. E, com bases em gráficos, comparam o total de mortes no Brasil, nos Estados Unidos e na União Europeia. Dizem que os brasileiros têm uma taxa de homicídio per capita que corresponde a 46 vezes ao índice observado entre os portugueses.
Extremistas são, na maioria, brancos
O crescimento da extrema direita em Portugal é tão forte, segundo um estudo elaborado pelo Projeto Global contra o Ódio e o Extremismo (GPAHE, na sigla em inglês), que 13 grupos já foram mapeados e têm sido responsáveis por ataques de xenofobia a estrangeiros e a comunidades LGBTQIA+.
Esses grupos anti-imigração são formados quase que exclusivamente por pessoas brancas. Não por acaso, eles têm difundido a teoria de que os imigrantes têm como missão acabar com a população branca, por meio da miscigenação. É o mesmo discurso encampado por nazistas, que pregavam a supremacia branca.
O governo de Portugal, infelizmente, tem minimizado esses movimentos anti-imigração. Para especialistas, uma das formas de o Estado conter a intolerância e o ódio é desenvolvendo políticas inclusivas aos imigrantes, sobretudo por meio da educação dos portugueses. A falta dessas políticas beneficia a disseminação de fake news e de discursos xenófobos e racistas.