Brasil continua no topo do ranking global de juros reais

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ROSANA HESSEL

Após o Comitê de Política Monetária (Copom), Banco Central brasileiro, decidir manter a taxa básica da economia (Selic) em 13,75% ao ano, o Brasil se consolidou na liderança no ranking de juros globais elaborado pela Infinity Asset Managment.

De acordo com o economista-chefe da Infinity, Jason Vieira, com a taxa de juros atual, o Brasil reforça a liderança do ranking de juros reais, com a Argentina na lanterna da listagem de 40 países. Descontando a inflação projetada para os próximos 12 meses, a taxa de juros reais brasileira ficou em 6,94%, abaixo dos 7,38% registrados na reunião anterior do Copom, em fevereiro. “O aumento das estimativas de inflação fez com que a taxa de juro real ficasse menor”, destacou. Contudo, ele lembrou que o país continua no primeiro lugar do pódio pela 4ª reunião consecutiva do Copom.

Em segundo lugar do ranking ficou o México novamente, com taxa de juros reais anuais de 6,05%. E, para completar o pódio ficou o Chile, com 4,92% de juros reais ao ano. Os Estados Unidos ficaram em 12º lugar, comm juros reais de 0,36%.

A média geral dos 40 países ficou negativa em 1,92% e a Argentina, na lanterna, registrou juro real negativo de 19,61%.

“Observou-se uma redução das pressões de inflação global, perdendo força em parte das medidas, dadas as
retomadas dos embarques industriais na China, que ajudaram a desinflação – especialmente em emergentes”, destacou Vieira, lembrando que ainda há uma “relativa estabilidade” do conflito entre Rússia e Ucrânia, com redução sobre os preços de energia.

“O movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo
no número de bancos centrais sinalizando preocupação com a inflação, mesmo com a queda do preço de commodities. No computo geral, entre 156 países, 61,54% mantiveram os juros, 32,69% elevaram e 5,77% cortaram.

Antes do Copom, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto, e, com isso o intervalo passou para 4,75% até 5% ao ano.

Vicente Nunes