ROSANA HESSEL
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manteve a taxa básica da economia (Selic) em 13,75% ao ano nesta quarta-feira. Com isso, o Brasil manteve a liderança no ranking global de juros reais – descontada a inflação –, de acordo com dados da Infinity Asset Management.
Apesar da redução em relação ao último Copom, o juro real do Brasil passou de 6,94% ao ano, em março, para 6,82% anuais, em maio, e o país continuou no primeiro lugar no ranking de 40 países elencados pela Infinity. As taxas de juros reais são calculadas descontando a inflação projetada para os próximos 12 meses (ex-ante), portanto, a redução do indicador no período mostra a piora nas estimativas de inflação futura.
Vale lembrar que a mediana das projeções do mercado, coletadas no boletim Focus, do Banco Central, a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 subiu pela quinta semana consecutiva, para 6,05%, neste ano, acima do teto da meta, de 4,75%. E, para 2024, a mediana das estimativas do mercado ficou estável em 4,18%, próxima ao teto, de 4,50%.
Na listagem dos juros reais elencados pela Infinity, o segundo lugar ficou com o México, como em março, com juros reais de 6,13% ao ano, e, em terceiro, a Colômbia, com juros de 5,13% anuais.
“O movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de bancos centrais sinalizando preocupação com a inflação, mesmo com a queda do preço de commodities”, alertou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity. Segundo ele, no cômputo geral, entre 176 países, 66,48% mantiveram os juros, 29,55% elevaram e 3,98% cortaram. E, no ranking, entre 40 países, 47,50% mantiveram, enquanto 52,50% elevaram as taxas e nenhum deles cortou juros.
Em termos nominais, a Selic de 13,75% ao ano deixa o Brasil na segunda colocação do ranking global, atrás de Argentina (91% ao ano), e à frente de Colômbia (13,25%), Hungria (13%) e Chile (11,25%), conforme os dados da Infinity.