Brasil continua na liderança das maiores taxas de juros reais no mundo

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ROSANA HESSEL

Com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, em manter, nesta quarta-feira (26/10), a taxa básica da economia (Selic) em 13,75% ao ano, o Brasil continua na liderança do ranking dos países com os maiores taxas de juros do mundo, tanto nominais quanto reais (descontada a inflação).

De acordo com levantamento feito pela Infinity Asset Management junto a 40 países, com juros básicos em 13,75% ao ano e descontando a inflação ex-ante, projetada para os próximos 12 meses, a taxa de juros real do Brasil passa para 7,80% ao ano, a maior do mundo.  Em seguida, o México ocupa a vice-liderança com taxa de juro real anual de 5,37%. Na sequência, Colômbia e Chile, com juros reais de 5,16% e de 4,83%, respectivamente.

Nesse ranking de 40 países, elaborado pelo economista-chefe da Infintity, Jason Vieira, a lanterna de juros reais ficou com a Argentina, com taxa negativa de 20,64% ao ano, abaixo da Turquia, em penúltimo lugar, com taxa de -15,06% ao ano. A média geral foi de -2,11% anuais.

Em termos nominais, o país ocupa a segunda colocação, atrás apenas da Argentina, com taxa básica anual de 75%, conforme levantamento feito pela Infinity Asset Management junto a 40 países. A média geral de 5,69% ao ano.

Apesar da redução das pressões da inflação global perdeu um pouco de ímpeto com a retomada de embarques na China, mas a escalada da crise na Ucrânia ainda pressiona os custos de energia diante da proximidade do inverno na Europa, de acordo com os dados da Infinity. “O movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de bancos centrais sinalizando preocupação com a inflação, mesmo com a queda do preço de commodities. No computo geral, entre 172 países, 36,63% mantiveram os juros, 59,30% elevaram e 4,07% cortaram”, de acordo com os dados da Infinity. No ranking de 40 países com as maiores taxas, 17,95% mantiveram os juros, enquanto 79,49% elevaram as taxas e outros 2,56% reduziram os juros.

Vicente Nunes