Os comandantes da Marinha, Ilques Barbosa Junior, e da Aeronáutica, Antônio Carlos Muaretti Bermudez, podem continuar em suas funções, se assim desejarem. Mas, no Exército, a ordem expressa do Planalto é por mudança. Não há mais diálogo entre o presidente e Pujol, que é contra a politização nos quartéis e defende medidas rígidas contra a pandemia do novo coronavírus.
Pela regras em vigor, os três comandantes, que são escolhidos por meio de listas tríplices, podem renunciar aos cargos. São funções políticas. Esse movimento está colocado entre as alternativas. Tudo vai depender da conversa com Braga Netto, que pedirá um voto de confiança.
O general Fernando Azevedo e Silva, demitido do Ministério da Defesa nesta segunda-feira (29/03), era o último anteparo para a retirada de Pujol do comando do Exército. O agora ex-ministro vinha sendo cobrado por Bolsonaro para tirar Pujol da Força. Como ele caiu, será natural que o comandante do Exército também caia.
A pressão pela demissão de Pujol aumentou muito nas últimas duas semanas. Bolsonaro queria que o Exército fosse mais pró-governo, com demonstrações públicas nesse sentido, mesmo em relação a falas absurdas como a adoção de um estado de sítio, o que é refutado tanto por Azevedo e Silva quanto por Pujol, contrários a posicionamentos políticos por meio das Forças Armadas.
Bolsonaro se sentiu traído. Chamou Azevedo e Silva para uma conversa no Planalto, às 14h, não lhe deu nem cinco minutos de conversa e o demitiu. A decisão do presidente da República pegou todos no entorno do general de surpresa, pois ele era um dos integrantes do governo que mais defendia Bolsonaro.
Brasília, 21h31min