Bradesco melhora projeções e passa a prever expansão de 5,2% no PIB

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ROSANA HESSEL

O Bradesco elevou de 4,8% para 5,2% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano, conforme relatório om novas previsões macroeconômicas divulgado nesta quinta-feira (01/07). Para 2022, a expectativa de expansão do PIB passou de 2% para 2,2%.

A instituição foi um dos últimos grandes bancos a apresentar projeções acima de 5% para o PIB deste ano. De acordo com diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Fernando Honorato, a melhora pela ótica da demanda dos indicadores de consumo, tanto de bens quanto de serviços, e de investimentos foram os principais fatores para essa revisão da instituição. Ele destaca que a economia segue exibindo bons resultados, resultantes de um cenário global favorável, do aumento da mobilidade e da disponibilidade de crédito, “que deverá dando suporte à retomada”. Além disso, o relatório destaca que as perspectivas para a  economia mundial estão mais favoráveis e os riscos estão mais equilibrados quando comparados há uns meses.

O novo cenário prevê inflação mais elevada, com as novas projeções apontam alta de 6,4% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), neste ano, em vez de 5,5%, devido à incorporação da bandeira vermelha 2 na tarifa de energia, além dos preços industriais mais pressionados por conta do aumento dos preços das commodities e dos problemas nas cadeias de suprimentos.  E, em 2022, a previsão para avanço do custo de vida recuou de 3,5% para 3,3% Segundo Honorato, o fato de o IPCA de 2022 ser projetado abaixo do centro da meta, de 3,50%, deriva valorização do real frente ao dólar observada mais recentemente.

Enquanto isso, a taxa básica de juros (Selic) deverá encerrar o ano em 6,5% pelas estimativas do banco, atingindo o patamar neutro, com a sinalização do Banco Central cada vez mais preocupado com a inflação. “Esse nível de juros, em um cenário em que ainda há ociosidade na economia, produzirá efeitos baixistas na inflação”, apostou o documento.

“As perspectivas favoráveis para a economia mundial têm se consolidado e os riscos estão mais equilibrados quando comparados há uns meses. As preocupações com a pandemia, em especial com as novas variantes, seguirão presentes por algum tempo, mas o avanço da imunização e a adaptação da economia às restrições à mobilidade vão se sobrepondo. A inflação ainda é um
risco ao cenário, à medida em que ela pautará o timing e a velocidade da normalização da política econômica – que já avança em alguns países emergentes”, destacou o relatório.

Conforme o estudo, os indicadores fiscais têm melhorado, “removendo parte do prêmio de risco sobre a moeda, especialmente diante de um ambiente global de apetite ao risco”, acrescentou.  A equipe econômica do banco revisou a expectativa para o dólar no fim deste ano para R$ 4,70, e, no fim de 2022, para R$ 5,30.

Os fundamentos externos continuam muito positivos, segundo a instituição que tem expectativa de superavit na balança de comercial de US$ 75 bilhões e saldo de transações correntes também positivo em 0,5% do PIB.

Na avaliação dos economistas do Bradesco, que as contas públicas estão sendo beneficiadas pelo cenário mais inflacionado e pelo maior crescimento da economia, mas a dinâmica de longo prazo da dívida pública bruta, que deverá encerrar o ano em 82,1% do PIB pelas novas previsões do banco, “continua dependente do cumprimento das regras fiscais”.

Vicente Nunes