CBPFOT010720190967fernandohonorato Carlos Vieira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Economia. Correio Debate - 25 Anos do Real. Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco.

Bradesco melhora previsão para alta do PIB deste ano de 1,5% para 1,8%

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

Apesar dos juros altos puxando o freio de mão do crescimento da economia e do aumento do desemprego no primeiro trimestre do ano, para 8,8% — maior taxa para o período desde 2015 –, o Bradesco está mais otimista com a atividade econômica deste ano, tanto que melhorou as previsões de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, de 1,5% para 1,8%.

 

“O consumo das famílias e um forte avanço da agropecuária devem impulsionar o PIB do primeiro trimestre. O mercado de trabalho permanece aquecido, com consequente sustentação da massa de rendimentos, impulsionando as vendas do varejo e os serviços. Assim, revisamos nossa projeção de PIB de 1,5% para 1,8% neste ano”, destacou o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, em comunicado aos clientes da instituição financeira. Segundo ele, a nova projeção também já inclui o novo salário mínimo, de R$ 1.320, que passará a valer em maio e pode ajudar a estimular o consumo das famílias. E, para 2024, o Bradesco manteve a estimativa de alta de 1,5% no PIB.

 

As novas projeções do Bradesco estão acima da mediana das estimativas do mercado coletadas no boletim Focus que, atualmente, preveem alta de 0,96% e de 1,41% nos PIB deste ano e do próximo, respectivamente.

 

O Bradesco também melhrou a estimativa de crescimento do PIB mundial deste ano de 2,5% para 2,7%. “Os dados do primeiro trimestre confirmaram que a atividade econômica global está mais forte do que a prevista anteriormente, com o consumo impulsionando o crescimento”, destacou Honorato.

 

 

Câmbio e inflação

 

O maior crescimento do PIB brasileiro em 2023 deve favorecer a moeda brasileira, de acordo com o economista. “O desempenho relativo mais forte da economia, a aprovação do arcabouço fiscal e o diferencial de juros ainda bastante favorável ao país tendem a beneficiar o real”, destacou ele, que prevê o dólar encerrando o ano e o próximo cotada a este ano e o próximo cotado a R$5,00 e R$5,20, respectivamente.

 

Na avalição dele, o câmbio compensa o efeito da atividade mais forte sobre a inflação e, apesar da revisão positiva do PIB neste ano, a projeção para a alta do IPCA deste ano, de 6,2%, em 2023, e de 4%, em 2024, foram mantidas.

 

“Ainda há incerteza relacionada à possibilidade de mudança das metas de inflação. Resolvido o impasse, acreditamos que a distância do Focus em relação à meta irá se reduzir, abrindo espaço para algum afrouxamento da política monetária. Portanto, por ora, mantemos nossa expectativa de que a Selic encerre o ano em 12,25%”, acrescentou.