Desde que assumiu o comando do BB, Rubem Novaes foi orientado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a trabalhar pela privatização da instituição. A convicção de Novaes em relação a esse tema é tão firme, que, em evento recente no Rio de janeiro, ele afirmou que “a privatização do Banco do Brasil será inevitável”.
Quem trabalha no Banco do Brasil sabe o quanto a estrutura da instituição está voltada para preparar o processo de privatização. A meta é vender o controle do BB até o fim de 2022. Tanto Guedes quanto Novaes estão certos de que vão convencer Bolsonaro de que esse é o melhor caminho para o BB.
Bolsonaro, que de bobo não tem nada, sabe o tamanho do desgaste quando se fala em privatização do BB. Por isso, politicamente, diz: “Da minha parte, não existe qualquer intenção de pensar em privatizar Banco do Brasil ou Caixa Econômica. Zero”. O ministro da Economia e o presidente do Banco do Brasil sabem que a privatização do BB é questão de tempo.
Simpatia do BC
No que depender da equipe econômica, o Banco do Brasil será vendido a estrangeiros. É uma forma, segundo os técnicos, de aumentar a competição no sistema financeiro. Hoje, o BB está muito alinhado aos grandes bancos, que pouco têm feito para reduzir o custo do crédito. A privatização do BB tem a simpatia do comando do Banco Central.
Daqui por diante, muito se falará da privatização do Banco do Brasil, ainda que Bolsonaro negue a intenção de fazê-la em seu governo. Há uma meta do Ministério da Economia com as privatizações. Primeiro, Paulo Guedes falou em faturamento de até R$ 1 trilhão. Agora, se contenta com algo em torno de R$ 300 bilhões.
É consenso dentro do Banco do Brasil que, mesmo diante do discurso político de Bolsonaro, o plano de privatização da instituição vai seguir. Mas o comando do BB sabe que a caminhada não será tão tranquila como havia sido planejado.
Brasília, 10h06min